Governo recua e baixa reajuste para 11,26%

7 de agosto de 2007 09:36

O governo recuou diante dos protestos da oposição e da base aliada e desistiu de aplicar aumentos que variavam entre 33% e 9.500%. Também voltou atrás na idéia de criar 16 novas taxas. O líder do governo, João Henrique Blasi (PMDB), vai apresentar uma emenda que aplica o reajuste único de 11,26%, baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2004 para cá.

Blasi admite que o governo errou ao não discutir o projeto com a base aliada e que havia exageros nos aumentos. Havia alguns equívocos do próprio governo , reconhece.

Exagero
Líder do governo, Blasi vai apresentar emenda em que o governo desiste de criar 16 novas taxas de segurança

Na semana passada, o líder do governo reuniu os deputados da base e técnicos das secretarias da Fazenda e da Segurança Pública para discutir o projeto. A reunião começou em clima tenso, com Blasi afirmando que estavam ali para restaurar um equívoco referindo-se ao envio de um projeto sem discussão preliminar entre os aliados.

No episódio, ficou mais uma vez explícita a relação tensa entre o líder do governo e os representantes da Segurança Pública comandada por Blasi durante os dois primeiros anos do governo Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e hoje nas mãos de Ronaldo Benedet (PMDB).

Na reunião, a bancada do DEM afirmou que não votaria projetos que aumentassem a carga tributária, atendendo a uma orientação nacional do partido, mas aceitou aprovar um reajuste da inflação do período. Esse episódio vai ser um divisor de águas na maneira como o governo envia esse tipo de matéria polêmica , acredita Cesar Souza Júnior (DEM).

O projeto chegou à AL em 26 de junho e tramitava sem alarde, até que um pedido de informações realizado pelo deputado Joares Ponticelli (PP) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) permitiu a comparação entre os valores cobrados e os propostos pela lei dado que não constava no projeto.

A revelação de que os aumentos chegavam a 9.500% fez com que a bancada do DEM se declarasse contrário à proposta, o que levou o líder do Blasi a pedir vista, prometendo reavaliar os reajustes. Perguntado sobre alterações, o oposicionista Ponticelli apenas questiona: E se não tivéssemos feito a comparação? .