Diretora da ADPF-SP aposta na inteligência artificial contra o crime

1 de novembro de 2019 10:57

Aumentar a capacidade de identificar a ocorrência de um crime diante de indícios que estavam latentes. Detectar padrões ocultos. Gerar conhecimento e dado a partir das operações policiais. Reduzir o tempo da prática do crime até a sua detecção e, assim, reduzir danos e aumentar a capacidade de resolução dos delitos.

Essas são algumas vantagens enumeradas pela delegada Tania Prado, durante palestra na Futurecom 2019, na quinta-feira (31), na São Paulo Expo. Diretora regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo (SINDPF-SP), Tania falou sobre o uso da inteligência artificial no combate ao crime, na plataforma FutureGov.

A delegada da PF falou sobre como a tecnologia vem sendo utilizada no Brasil em prol da segurança pública. “Ela auxilia na melhoria da eficiência e eficácia das investigações, para identificação de autoria, materialidade e circunstâncias do fato apurado, por exemplo”, pontuou. “Além de racionalizar o emprego dos recursos financeiros e logísticos”, completou.

Tania citou como exemplo de tecnologia o EPOL: Inquérito Policial Eletrônico – Federal, que, em um futuro próximo, poderá ser utilizado para registrar ocorrências, via aplicativo, e, assim, substituir o atendimento comum de balcão nas delegacias. A pessoa poderá, por exemplo, ditar os fatos ocorridos, o app gravará o áudio e transcreverá em texto, de forma a alimentar o sistema. No final, será emitida uma certidão. Ela também mencionou os sistemas e projetos desenvolvidos pela PF, IPED, NuDetective, Atlas e Projeto Prometheus. Além disto, a delegada federal elogiou o Projeto Big Data, o Inteligência Artificial Sinesp/MJ e o Detecta da SSP/SP.

A Delegacia Modelo de Investigação e Análise Financeira, que será lançada em Curitiba, em 1º de novembro, vai usar ferramentas de Big Data e Business Intelligence (QlikSense, ATLAS SHERLOCK, I2 e outras). Segundo Tania, essa iniciativa irá contribuir nas análises policiais em casos de combate à corrupção, crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

A delegada federal relatou a experiência, de 2017, do 6º Hackathon Fiesp – ADPF, em parceria com o Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP); o Centro de Tecnologia da Informação “Renato Archer”, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI/MCTI); o Instituto Federal de São Paulo/Campinas (CTI-IFSP); e da IBM. Juntos, enfrentaram o desafio de criar um aplicativo com código aberto que integrasse conceitos de análise de big data e o uso de novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial, para o combate aos crimes relacionados à corrupção e à pedofilia.

Futurecom

Em sua 21ª edição, o Futurecom é o maior evento de Transformação Digital da América Latina e combinou, durante quatro dias, debates e demonstrações sobre tecnologias disruptivas e a hiperconectividade como seu principal indutor. Reuniu, em um único local, as principais autoridades e executivos do setor, incluindo compradores, fornecedores, empreendedores e formadores de opinião para discutir, se relacionar e apresentar soluções, inovações, conhecimento e produtos de tecnologia e telecomunicações para todos os segmentos da economia.

FutureGOV

O FutureGOV é a principal plataforma de conteúdo e exposição de tecnologia e inovação para a gestão pública. Foi a área do evento em que se debateram as constantes remodelações da sociedade e da economia proporcionadas pela transformação digital, que impõem novos desafios à atuação do governo – que precisa se adaptar às necessidades do cidadão que demanda por serviços eficientes, digitais e acessíveis. Também estiveram presentes na Futurecom a advogada especialista em direito digital Cristina Sleiman; o perito criminal federal e chefe do Setor de Tecnologia da Informação da SR/PF/SP, Ismael Cabral Menezes; o agente de Polícia Federal e responsável pela Unidade de Telecomunicações do Setor de Tecnologia da Informação da SR/PF/SP, Rafael Brito de Araújo; e o coordenador técnico da equipe de suporte do STI/SR/PF/SP, Vinícius da Mata Bezerra.